A História do Suéter de Tricô Masculino

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A História do Suéter de Tricô Masculino

O suéter de tricô masculino tem essa cara de roupa aconchegante, feita para ficar na tranquilidade, curtindo o frio sem, no entanto, sofrer por causa dele, então pode parecer estranho descobrir que a peça foi criada, originalmente, como um item de workwear.

Mas quem sairia para fazer um trabalho pesado usando uma blusa de lã fofinha? A resposta é ainda mais enigmática: pescadores nas condições de trabalho mais pesadas e adversas.

A origem do suéter de tricô

A História do Suéter de Tricô Masculino - pescadores século 19
Pescadores devidamente trajados com suéteres!

Foi no século XV, nas ilhas de Jersey e Guernsey, no Canal da Mancha, que as esposas dos pescadores locais sacaram que a gordura natural presente nos fios de lã garantiam uma certa resistência contra a água e o frio. A solução era tricotar peças que fossem fáceis de vestir ou tirar caso necessário, mas ainda se tratava de uma versão primitiva da malha que vemos hoje nas lojas.

Dos pescadores para a Marinha Real Britânica

A História do Suéter de Tricô Masculino - Marinheiros no início do século 20
Marinheiros acabaram adotando a blusa de tricô como uniforme.

Até o século XIX os guernseys – ou ganseys, como era chamado em alguns lugares – ainda eram feitos manualmente por alguém da família e alguns afirmam que era possível saber a vila de origem de um suéter olhando os pontos e desenhos da malha. Em meados do século XIX a peça foi adotada pela Marinha Real Britânica, continuando até hoje como parte do uniforme. Se você já leu sobre moda masculina deve saber que assim que um item de vestuário é criado ou adotado pelas forças armadas se torna uma questão de tempo até que ele chegue a seu guarda-roupa.

Se espalhando pela Grã-Bretanha

A História do Suéter de Tricô Masculino - Suéter tipo Aran
Desenhos típicos do suéter Aran

Outras ilhas da costa da Grã-Bretanha também passaram a produzir seus suéteres, entre elas a Ilha Aran, que dá nome a um tipo específico de blusa de lã com seus próprios desenhos em alto relevo, assim como a Fair Isle, uma das ilhas Shetland, também deu origem a uma malha com seu nome, onde a principal característica é o desenho com paleta limitada a cinco ou 6 cores em sua trama, um dos preferidos de Eduardo VIII, o Príncipe de Gales e protagonista da popularização da suéter tipo Fair Isle no início do século XX.

A popularização do suéter de tricô

A História do Suéter de Tricô Masculino - Eduardo VIII, o Príncipe de Gales
Eduardo VIII, o Príncipe de Gales, usando um suéter Fair Isle

Embora os sueters Aran e Fair Isle tenham sido comercializados na costa de Irlanda no século XIX, foi só na virada para o século XX que o grande público começou descobrir esse tipo de indumentária e, ainda assim, entre as classes mais baixas, continuando como roupa de trabalho.

Que se tratava de uma peça útil e bonita, ninguém negava, mas faltava um impulso para que o suéter de tricô ganhasse status, isso aconteceu assim que Jeanne Lanvin e Gabrielle (“Coco”) Chanel resolveram incorporar tal item a suas coleções no ano de 1920, adicione a conta o Príncipe de Gales sendo retratado (acima) com um Fair Isle em 1921 e, de repente, as pessoas estavam se perguntando porque não haviam adotado a malha de lã em seu cotidiano.

Ainda demoraria uma década para que o suéter passasse a ser comumente encontrado nas lojas de departamento e ganhasse o mundo, passando a ser um item básico em muitos países, sobretudo aqueles que sofrem com baixas temperaturas.

Guernsey ou Sweater?

Curiosamente o nome suéter foi criado nos EUA, quando, no final do século XX, os atletas americanos adotaram as malhas britânicas como reforço contra o frio. O nome até faz sentido, já que sweat é suor, então sweater é algo que te aquece e faz suar. Atualmente o termo é bem mais abrangente, agregando blusas de moletom e helanca, por exemplo. Na Inglaterra e alguns outros pontos da Europa ainda se usa muito o nome guernsey ou jersey para esse tipo de roupa.

Obs: nos EUA a maioria das blusas esportivas, sim, aquelas de uniforme de time, são chamadas de Jersey, inclusive as abotoadas na frente, muito comuns no baseball.

Mudanças e atualizações

Detalhe de uma malha tipo cable knit de uma coleção passada da grife Michael Kors.

Em seu caminho rumo ao “Olimpo fashion” o suéter passou de roupa de trabalho masculina a uma veste de inverno para qualquer pessoa usar; o tricô de lã agora pode ser também de acrílico ou algodão, entre outras fibras; os modelos ganharam novos detalhes, técnicas mecanizadas de produção e até surgiram formatos diferenciados dos clássicos e cores ousadas de um lado e fibras descoloridas, tipo deep dye, de outro.

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