Por que Falamos em Terno e Costume? Qual a Diferença?

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Vez por outra, navegando em qualquer site que trate de moda masculina ou mesmo lendo algum impresso sobre o assunto, podemos perceber o uso de dois termos distintos: terno e costume. Na maioria das vezes quem escreve não faz distinção entre os dois, mas trata-se apenas de uma maneira de não confundir ainda mais a cabeça de quem ainda não está familiarizado com os nomes dados aos bois, eu mesmo faço isso muitas vezes aqui no Canal Masculino para simplificar, portanto é bom esclarecer que existe sim uma diferença primordial entre os dois.

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Por incrível que pareça, este é um terno inglês de 1740!

O terno teve sua gênese no reinado do rei Luís XIV, que em pleno século XVII foi o primeiro a fomentar a moda masculina, tornando comum entre os aristocratas o pomposo traje cheio de adornos criado por seus alfaiates e, diga-se de passagem, nada prático! Mas o importante mesmo é que  já estavam lá o jaquetão, o colete e a calça em versões mais rebuscadas e no mesmo tecido, formando o embrião do terno moderno. Tempos depois, a Queda da Bastilha transformaria esta indumentária no símbolo da aristocracia, algo que não tinha lugar em um mundo agora dominado pela burguesia que tratou de eliminar a calça conhecida como culote, mudando o característico corte da peça. Aos poucos o terno foi ganhando as formas conhecidas por nós, como o fraque, hoje usado em apenas em casamentos e eventos de gala, mas que já foi roupa corriqueira. Com a Revolução Industrial o homem de negócios deixou de lado os casacos bordados com fios de ouro e adotou um traje muito mais austéro e prático, em tons escuros, passando um ar de seriedade e profissionalismo, chegando ao início do século vinte com um formato muito similar ao terno atual.

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Do início do século XX até os dias de hoje o terno sofreu poucas mudanças, uma delas foi o tamanho das lapelas que já aumentaram e diminuíram e que aqui, neste modelo moderno, aparecem finíssimas!

Mas por que então existe o termo costume? Ora, o traje formal completo consistia em paletó, colete e calça (por isso se chama terno, palavra de designa 3 elementos) e todos eles confeccionados no mesmo tecido, claro, mas a partir da década de 40 passou-se a aceitar o que nós chamamos hoje de costume, que nada mais é que o terno sem o colete, algo muito comum atualmente, aliás mais comum do que o conjunto completo original.

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Não tem colete? Então pode chamar de costume, apesar de muita gente não fazer distinção dos nomes.

Com o passar do tempo as pessoas passaram a generalizar usando as expressões “terno com colete” e “terno sem colete”, o que parece meio estranho, principalmente se colocarmos dentro de todo este contexto citado acima, mas chamar o paletó e calça de costume é uma boa maneira de separar o joio do trigo e evitar gafes.

1 COMENTÁRIO

  1. Muito boa explanação, sempre tive essa dúvida e agora poderei falar com minha mulher e minha tia (ambas trabalham com moda) a altura, sabendo o que estou falando e o porque dos termos “terno” e “costume”.

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