Dica: Cuidado Com as Roupas Milagrosas da Internet

0

Nos últimos anos surgiu um número impressionante de pequenas marcas de moda masculina vendendo via internet, muitas delas apenas se apoiando nesse meio para realizar suas vendas, ou seja, sem nenhuma loja física aberta.

O problema é que a competição também trouxe a necessidade de se destacar, se no início essas marcas se contentavam em oferecer o básico do básico, como camisetas de algodão e bermudas de sarja, hoje elas buscam um storytelling mais atrativo para seduzir o cliente, contudo, nem sempre esse storytelling vem acompanhado de um produto alinhado com o que se promete.

Também é comum contar meia verdade, exaltando as qualidades do que está sendo vendido e escondendo o que pode soar meio negativo. Para falar a verdade essa tática tem sido usada desde a criação do comércio, mas agora parece estar ganhando outros contornos. Muitos sites nem sequer apresentam a composição do produto ou quando o fazem usam nomes que nada dizem como “super stretch future faulx cotton”.

Recentemente vi um tricô chamado merino, mas que era feita de lã acrílica, merino não era a lã, mas o nome da peça. Você acha que isso poderia induzir ao erro? Eu acho!

Outra loja trazia uma camisa social 100% algodão, mas que na aba “composição” dizia ter 30% de poliéster e 5% de elastano, além, é claro, do algodão. Estamos falando de um produto completamente diferente aqui! Eu mandei uma mensagem para a marca avisando da disparidade de informações, mas ainda não obtive resposta.

Outra onda que veio com tudo é das camisas que não amassam, o que me fez descobrir recentemente que homem tem alergia a ferro de passar (risos). Vídeos de anúncios nas redes sociais passam o tempo todo dizendo que a camisa não amassa, mas esquecem de dizer que ela é feita com tecido sintético, com aparência que deixa a desejar e que, em alguns dos casos, esquenta muito. Existe sim um tecido feito de poliéster mais fresco, como a poliamida, mas em nenhum lugar encontrei informação sobre o material usado ou sua origem (Vicunha, Santista, etc), então você tem que pagar para ver se a camisa realmente é fresca ou não. Quem se arrisca?

Outro problema é que muitos desses produtos se preocupam em não amassar, mas deixam todo o resto de lado: caimento, estrutura e acabamento, por exemplo.

Outra concorrência ferrenha vem dos vendedores de camisetas de algodão Pima ou Egípcio. Todos eles tem o melhor algodão do mundo, mas a verdade é que alguns vendem apenas um algodão penteado, cujo toque é mais agradável e pode enganar quem não está acostumado com esse tipo de tecido.

Claro que tudo isso que eu disse não é regra, além disso, a peça de roupa sempre deve ter uma etiqueta para mostrar sua composição. O problema também está no comprador que não olha essas informações e acaba levando gato por lebre.

Bem, a primeira dica já está dada: consulte a composição no site e na etiqueta! A segunda é pesquisar a opinião de compradores em sites como o Reclame Aqui!, muitas vezes dá para se ter uma ideia do tipo de encrenca que você está entrando (ou não) só pelos comentários.

Na dúvida, compre em lojas conhecidas ou peça indicação para amigos que possuem produto similar. Ah, e compare preços, há muita disparidade nesse quesito também!

Claro que existem grifes novas que estão caprichando nos produtos, mas separar o joio do trigo não é uma tarefa fácil, principalmente se você é do tipo que cai fácil no papo da “inovação”, do “produto técnológico” e do “nós cortamos custos para te vender mais barato”.

Desconfie muito de produtos milagrosos, se são tão bons, por que não são vendidos por grandes marcas? O desconfiômetro tem que continuar ligado para itens que prometem um produto premium, mas com preço baixíssimo, não dá para vender um sapato feito com os melhores insumos pelo preço de uma pizza de mussarela. É nessas horas que o barato sai caro!

Se você quer entender um pouco mais sobre fibras de tecidos, vale a pena dar uma lida neste artigo aqui:

Como Escolher Tecidos Para o Verão: Fibras X Tramas

Deixe uma resposta