Como era de se esperar o traje oficial escolhido para a seleção brasileira na Copa do Mundo do Catar dividiu opiniões. Na minha opinião, o combo escolhido por Ricardo Almeida, que já havia desenvolvido a indumentária da copa passada, pode não ter acertado em 100%, mais ainda assim foi uma escolha interessante que optou por uma elegância despojada e uma escolha de tecidos preocupada com o conforto térmico dos jogadores.
A escolha da alfaiataria em um costume de cor clara, uma variação mais leve do azul presente no uniforme dos atletas, feito de lã fria, se mostrou versátil o suficiente para acompanhar o time em diversas ocasiões, caso necessário. A camisa de linho com gola padre vai nessa mesma toada, onde o tecido e o colarinho baixo deixam o pescoço livre para ajudar a refrescar o corpo no calorão do Catar.
A echarpe também muito leve entra no lugar da gravata e faz referência aos lenços usados naquele país para proteger do sol agudo. Simplesmente jogada sobre o pescoço, ela não chaga a esquentar e traz uma certa leveza visual que trabalha muito bem com o já citado tom claro do costume.
O caimento da roupa está no ponto, acinturado no paletó e ajustado na calça, sem exageros, mesmo se tratando de atletas que poderiam dar mais destaque ao corpo. Mas aqui o que fala mais alto é a elegância, embora muito alfaiate por aí ache lindo um terno que mais parece um colant. Graças a Deus não foi o caso aqui!
O calçado, na cor caramelo, é feito de couro rústico, provavelmente camurça e possui sola de EVA branca. Mesmo adorando o modelo derby com brogues e gostando do contraste que ele gerou com a cor da alfaiataria, achei o sapato muito casual, um brogue com couro mais sofisticado com sola tradicional estaria mais alinhado com a imagem que um evento desse porte pede.
Há também um cinto na mesma cor e material do sapato que eu achei um excesso. Atualmente a ideia da calça sem cinto, criando um visual leve e limpo, me agrada mais.
Um ponto em comum entre os críticos é o tamanho do emblema da CBF serigrafado no bolso do paletó. Realmente ficou um pouco desproporcional, mas acredito seu tamanho seja uma norma da entidade, não sei se poderia ser menor ou bordado, como alguns sugeriram.
Outro ponto é que as mangas e barras parecem mal acertadas para alguns jogadores. Aqui, novamente, vou dar o benefício da dúvida, pois não sei se houve tempo hábil para deixar tudo perfeitamente ajustado, mas deveria, estamos falando da seleção brasileira de futebol, todo capricho é pouco.
Um detalhe interessante está no forro do paletó, trazendo desenhos estampados que fazem referência ao Brasil e ao país sede da copa. Uma bela maneira de trazer personalidade ao traje e homenagear o anfitrião.
Apesar dos pequenos pecados, o saldo é positivo, embora muita gente tenha feito drama e criticado o que pode no visual da comitiva. Em se tratando de um evento de importância mundial, ao custo de bilhões, mas que é voltado para o esporte e a diversão, acho que as ideias estão muito bem alinhadas.
Outro ponto positivo é que os atletas pareceram muito a vontade dentro da roupa, em alguns até se notava uma certa vaidade no uso dela. Nesse caso a indumentária não deve agradar somente quem a vê, mas também seus usuários, algo que parece ter sido cumprido com eficiência!