Devido a mudança em seu calendário, o São Paulo Fashion Week que apresentou as coleções de inverno 2013 contou com um número reduzido de desfiles e, consequentemente, muito menos marcas voltadas para o público masculino. Este fato até poderia ser negativo, caso existisse algo decente a ser mostrado para o homem interessado em moda, mas levando-se em conta a capacidade criativa dos estilistas brasileiros, prefiro acreditar que fomos poupados de um show de horror maior e mais deprimente. Mas nem por isso deixaremos de comentar alguns dos looks impressionantes (de uma maneira ruim, claro) que cruzaram as passarelas do evento:
Osklen
Repetindo seus batidos clichês (gola alta, mangas muito cumpridas e design sem sal) a Osklen se segura no cordão de puxa-sacos da imprensa que resolveu elevar o fanfarrão Oskar Metsavaht a categoria de gênio. Muita gente compra a propaganda, mas a mim ele não engana: entre roupas mal cortadas, estampas de gosto duvidoso e materiais utilizados de maneira equivocada, não há nada que se salve nas caríssimas roupas desta grife superestimada.
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Colcci
A marca, que faz grande sucesso com o público jovem, jogou no liquidificador a maioria das coisas que vimos nas passarelas do hemisfério norte, mas o resultado foi uma salada indigesta de boas ideias mal empregadas, com roupas de caimento tosco, e uma paleta de cores que poderia agradar caso estivesse em mãos mais talentosas. O look da esquerda reúne a maioria das coisas que odeio, como peças largas demais, bermuda com casaco e legging por baixo da bermuda, o da direita dispensa comentários, é um erro de styling ambulante.
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Ellus
Uma grife que vive se gabando de seu jeans não teve uma só peça deste material que chamou atenção na passarela. A jaqueta, seja em sua versão em denim índigo ou em sua versão amarela (horrenda!) tem um caimento abominável, para comprovar, basta olhar o tamanho das mangas. O visual da direita, com inspiração em uniformes policiais, está entre as piores coisas desta temporada de moda, um amontoado de peças sem cabimento, com resultado afetado.
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João Pimenta
Em primeiro lugar o estilista precisa parar de perder seu tempo com essas alegorias na cabeça dos modelos, isso não acrescenta nada, muito pelo contrário, só serve como distração e, muitas vezes, atrapalha a composição. O uso de tendências atuais, como o paisley, por exemplo, também não ajudou, vide a imagem à direita, o corte e o caimento também foram uma péssima escolha. Além disso, em nenhum momento senti uma conexão entre a ideia do estilista, de que “os malandros são nossos dândis”, e o que foi apresentado. Se você olhar as imagens ampliadas no site FFW verá que o acabamento de muitas delas deixa a desejar, principalmente o casaco da foto em destaque (no topo deste post), onde é fácil notar a falta de alinhamento entre os bolsos (na verdade entre os dois lados da peça). É triste, já acreditei mais em João Pimenta.
Ricardo, mais uma vez adorei seu post, retratou quase a mesma opinião que tive sobre o SPFW.
Onde esses estilistas acham que vão, mostrando uma moda masculina super conceitual, em um país onde os homens mal usam meias coloridas, ou colocam um blazer?
Custa mostrar nas passarelas o que o homem real poderá usar em sua vida real?
Chega dessa moda conceitual, onde a finalidade é impressionar o consumidor, mas acaba é envergonhando e sendo motivo de risadas.
Eduardo,
Acho que você resumiu bem o problema! Dessa maneira tudo o que se consegue é fazer com que o homem comum se sinta excluído deste cenário de moda, quando, na verdade, as coleções deveriam ser voltadas única e exclusivamente para ele.
Abs
Esses panos daí não são roupas. São fantasias.
Palmas. Comentários pertinentes e com propriedade. Parabéns.
Estive em uma loka da Osklen dias atrás e saí de lá completamente pasmo: não preciso mencionar valores, mas camisetas com corte, tecido e estampas que eu encontraria melhor até em cestões de lojas de economia. Ou subestimam demais a inteligência do consumidor ou… ou eu não sei o que se passa!